sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Por Onde Andará Macunaíma?

A Hora Cósmica do Boi

                                                         Aqui,

             nada de qualquer semelhança

e mera coincidência.

                                  tudo é oque sempre existiu:

                                  real,  místico

satírico, é a pimenta social

na carne de boi de cada um de vós.

aqui,

        nada de mistérios e metáforas

        verdade e mentiras

por detrás dos panos

 o boi vale sempre quando pesa

aqui, só tem validade

                       o que cheira à gado,

o que pode ser medido como percepção para a realidade basta sacar os fatos

o momento, a história

 e se não perceberem a direção dos seus caminhos atentem pois para o comício na hora cósmica do boi

 Federico DuBoi

7 de setembro – 1986

Couro Cru & Carne Viva –

livro de Artur Gomes - lançado em 1987

www.suorecio.blogspot.com

 

poéticas 91

 

era uma tarde que ainda

me ardia nos poros

e ele veio com o seu

punhal de músculo

me entrando pelas coxas

até a boca do inferno

um palmo abaixo do umbigo

gostei – era tão dócil – tão doce

que o gosto amargo do fel

que ele me trouxe

foi mel na língua

está na boca até agora

 

Cristina Bezerra

www.suorecio.blogspot.com

 

poética 80

 

pelas juras do sagrado

nos secretos sacramentos

juro que o meu amor o-culto

se esconde no silêncio

o seu eterno juramento

 

não me fala das pedras

do vale da fala

 

desconfio que o meu amor o-culto

esconde a sua verdade

com medo da dor que sangra

na ferida da saudade

 

Artur Gomes Gumes

www.secretasjuras.blogspot.com

 

a cada poema

o desejo oculto na metáfora

come a palavra corpo

no corpo da palavra

 

tempo de silêncio

tempo bom

ouve-se o íntimo do som

                                                  agora que isadora

em mim amoras

no pomar da minha casa

meu corpo incêndio

no barril é pólvora

a carne em chamas

no esqueleto brasa

o fogo acende

os pavios entorpecidos

e o instinto volta

a fazer parte dos sentidos

A tentação sou eu


bato cabeça deito pra lua
só ela pode como eu quero
penetrar-me com sua luz de fogo
me deleitar com o seu leite

eu quero a lua cheia
que me entre o mar das cochas
e me engravide com seu manto
e que não fique algum quebranto
o mal olhado o olho gordo

que me lave com seu líquido
e me leve até São Jorge
com o seu cavalo branco

Gigi Mocidade 

www.secetasjuras.blogspot.com

 

poética 78

 

agora eu não estou atentando

agora eu estou violando

os padrões de segurança do face

essa grande putaria

o meu deleite nada fica por fazer

até mesmo masturbar a hipocrisia

 

poética

 

enquanto escavo a seiva

entre o vão das suas coxas

para desfrutar teu cio

e santificar teu ócio

 

a selva amazônica perde

mais 200 mil hectares de mata virgem

para as moto-serras assassinas

do agro-negócio

 

Federika Lispector

www.porradalirica.blogspot.com


moinhos de vento

 

por tanto tempo

por tanta escrita

por tanta carta

sem respostas

nossos moinhos de vento

muito além da mesa posta

 

ainda trago em mim

tuas mãos

tuas coxas

tuas costas

a tua língua

entre os dentes

em ex-camas que não tivemos

 

em madrugadas expostas

e tua fome era tanta

em tudo o que não fizemos

nesse teu corpo de santa

naquele tempo de bestas

na caretice de bostas

 

Artur Gomes

www.brazilicapereira.blogspot.com



A Traição Do Lirismo

 Artur Gomes feito gume, é máquina devoradora do mundo. Mastiga coisas, afetos, pessoas, rumina e afia os elementos em sua navalha verbal e os transforma na mais pura poesia. Dono de uma criatividade em permanente ebulição, hábil no verbo e da disposição visual do mesmo no espaço suporte – papel ou pano – bandeira a gotejar palavra que, não raro, é também palco e gesto, (in)cenação a complementar e enriquecer o que a palavra muda já disse, a dizer outra coisa que é também a mesma coisa: poesia.

 Poeta em tempo integral, como poucos ousaram ser, Artur Gomes constrói, sem pressa (os anos não parecem pesar – na carne nem no espírito) a sua delirante e criativa poesia, colagem da colagem, (re)encarnação mais do que perfeita da antropofagia como nem mesmo o velho Serafim sonhou.

Nada, absolutamente nada escapa à sua devastadora e permanente passagem, andarilho de poderosa voz a evangelizar para a poesia. Este BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas é a continuação de um enredo de há muito ensaiado. Seus atrevidos personagens já apareciam em 20 Poemas Com Gosto De JardiNÓpolis & Uma Canção Com Sabor De Campos. Legítimas apropriações retiradas de suas viagens brasílicas, figuras que a sua  generosidade literária faz questão de homenagear.

 Na passarela poética de Artur, tanto podem desfilar Mallarmè, Faustino, Dalí, Oswald, Baudelaire, Drummond, Pound, Ana Cristina César e o sempre lembrado Uilcon Pereira, a quem o novo livro é dedicado, como personagens anônimas encontradas nas quebradas do mundaréu, além dos amigos, objeto constante de sua poesia. Neste caldeirão, “olho gótico TVendo”, entra até um despudorado acróstico, rimas milionárias, em permanente celebração. O poeta Artur, disfarçado de concreto, celebra descaradamente a amizade e o lirismo e ri-se de quem tenta classificá-lo.

Evoé, Artur

 

Dalila Teles Veras

BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas

Alpharrabio Edições –

Santo André-SP – 2000

www.brazilicapereira.blogspot.com

Mostra Cine Vídeo Meio Ambiente

22 100 Anos Depois – Curtas 5 Minutos

Aguardem chamada para participação –

Prevista para junho de 2022

Curadoria : Artur Gomes e Júnior Vaccari

 

caranguejo

 

filmado no Manguezal de Guaxindiba

São Francisco do Itabapoana-RJ

 

quem tem sangue na veia

nem guaiamum nem caranguejo

mas também sente essa dor

na saliva do desejo

em tua língua meu amor

e que a lama desse mangue

possa parir alguma flor

 

Artur Gomes

FULINAÍMA MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 - watsapp

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

Kino3

https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1229062763855308/?hc_ref=PAGES_TIMELINE


Artur Gomes

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blgospot.com

o vôo
de Heras
EvoEros

enquanto espero

outras Eras

primasVeras nesse quase verão/inverno

que me tire desse purgatório

 nó da gravata

 quase mesmo inferno

nos abismos desse terno

recortado por Gamboa

mas não sou Pessoa

dessa pedra Itabira

esse pó quase me pira

muritiba muquirana

Itabapoana não me engana

Macunaína ainda vive

nas favelas de Copacabana

  

Federico Baudelaire

leia mais no blog

Drummundana Itabirina

https://uilconpereira.blogspot.com/

essa dica não é minha

dia 11 de outubro

a Nação Goytacá

vai Balburdiar

na CasAmarÉlinha

 

V(l)er mais no blog

https://fulinaimargem.blogspot.com/

              jogo de dadaísta

não sou iluminista/nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

cumer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca/negra

amar/ela vermelha verde

ou cafusa

eu sou do mato curupira carrapato

eu sou da febre sou dos ossos

sou da lira do delírio

e virgílio é o meu sócio

pernambuco amaralina

vida leve ou sempre/vida severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta

ou cafetina

devorar é minha sina

profanar é o meu negócio

 

Artur Gomes

Juras Secretas

leia mais no blog

https://secretasjuras.blogspot.com/

 

clique no link para v(l)er o vídeo filmado em Gargaú por Letícia Rcha com trilha sonora de Fil Buc

https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8&t=10s

No próximo vinte e dois deste setembro dois mil e vinte e cinco finco os olhos na tela do ArteCult.com para v(l)er por onde andará Macunaíma?, coluna assinada pelo “bardo da cacomanga”. E por onde andará Macunaíma? Pelo polo sul ou norte? Ainda andará nos traços a lápis de José César Castro, o fógrafo/desenhista que não é casto?  Talvez com um pouco de sorte nos encontremos com ele naquela preguiça boa, escre/vivendo/falando poesia pelo litoral de São Francisco onde Itabapoana agora é pedra que voa.

E atenção jovens de Campos dos Goytacazes e região, no dia 27 deste na Casa de Cultura Villa Maria, você tem um encontro marcado com o Encontro Literário – Jovens Em Movimento – estejam atentos estejam alertas - mexam-se leiam pois só o conhecimento liberta  

Artur Gomes (Campos dos Goytacazes-RJ, 1948) é poeta, ator, produtor cultural e vídeo maker, com mais de cinco décadas de intensa atuação nas artes. Criador de projetos que marcaram a cena literária e audiovisual brasileira, como o FestCampos de Poesia Falada e a Mostra Visual de Poesia Brasileira, Artur construiu uma trajetória que une poesia, performance e experimentação multimídia.

Em 2019, lançou o Sarau Balbúrdia PoÉtica, que se tornou um espaço vibrante de celebração da poesia falada e da performance, circulando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O projeto já realizou onze edições, incluindo participações em eventos de grande destaque, como a Bienal do Livro de Campos, e contou com apoio de instituições culturais e do portal ArteCult.com

Autor de mais de 15 livros publicados, entre eles Juras Secretas (2018), Pátria A(r)mada (2019, Prêmio Oswald de Andrade/UBE-Rio) e O Homem Com a Flor na Boca (2023), e Itabapoana Pedra Pássaro Poema (2025). Artur segue produzindo intensamente e difundindo a literatura contemporânea. Mantém o blog Nação Goytacá, https://arturgumes.blogspot.com/

 onde reúne a série TransPoÉticas – Coletânea de Poetas Vivos, reafirmando seu papel como articulador cultural e voz ativa da poesia brasileira.


Fulinaíma MultiProjetos

22 99815-1268 – zap

@fulinaima @artur.gumes – instagram

fulinaima@gmail.com

arturgomes@artecult.com

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