quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Artur Gomes 77

 murilínDianamente

 

o poeta experimental

passeia sua cueca monossilábica

por cima dos pianos

na madrugada devorando amoras

 

macabea implora

nossa senhora das derrotas

para enfrentar o desvario

 

o poeta está nu cio. macabea corre

o poeta inflama em inverso

macabea chora

 

experimental barroco

o poeta sobrevoa

palácios e urubus

 

macabea tenta

mas não consegue ser pagu

o poeta é phoda

 

macabea pede

o menino faz que não entende

macabea implora

e o poeta põe na metáfora do cu

 

Artur Gomes

BraiLírica Pereira : A Traição das Metáforas

www.braziliricapereira.blogspot.com


 

 teresina

 

teu leite escorre

em minha boca

como cascata de chuva

 

depois que mordi a uva

e me levaste pra cama

em noites de teresina

 

deixei de ser menina

após o terceiro drama

 

Federika Lispector

www.suorecio.blogspot.com


antropofágica mente vamos comer 22


com uma câmera nas mãos

um poema na cabeça

vamos filmar o poema

antes que desapareça

 

 

 nathalia osório

 

nem sei quando te olhei a primeira vez

com esse olhar de capitu

mas já estava lá entre o sangue

a carne a pele os músculos

travegava na paisagem

como quem descasca uma manga

e despe até o caroço

era 5 horas da tarde de sol e árvores

de um dia que não sei qual era

mas já estava lá entre as retinas

a íris flor de lótus lírios

e o mar entre os cabelos

não eram ondas magnéticas

elétrica sinergia entre dois corpos animais

fôssemos cavalos aranhas mesmo  peixes

mas estava lá trêmula indecisa

e só falava entre os lábios

palavras que nem eu mesmo decifrava

quando toquei tuas mãos pela primeira vez

 

Artur Gomes

 

Baudelíricas Baudeléricas

 

não sou produto da massa

objeto vendido na TV

vivo distante das trapaças

meu sexo te dou de graça

madeira que se desdobra

sou o pau que matou a cobra

 

tenho pena de você

 

Federico Baudelaire

www.fulinaimicamente.blogspot.com

 

27 de agosto
com muito gosto
fazer setenta e sete
outra coisa me disse
fulinaíma
pra definir o que faço
o traço a cada compasso
pensado sentido vivido
estando inteiro
não par/ti/do
a língua ainda
entre/dentes
a faca
ainda mais afiada
a carNAvalha in/decente
escre/v(l)er
é tudo o que posso
pra desafinar os contentes
desempatar de/repente
o jogo dos reles bandidos
é tudo o que tenho feito
por mais que tenha sofrido
nas unhas dos dedos
nos nervos
na carnadura dos ossos

Artur Gomes

Hoje Balbúrdia PoÉtica especial
no Carioca Bar - Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17
Parque São Caetano - Campos dos Goytacazes-RJ
Espero vocês lá, a partir das 18h

leia mais no blog
Artur Fulinaimagens
https://fulinaimargens.blogspot.com/


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