quinta-feira, 27 de abril de 2023

Sarau Cultural nesta sexta no Museu Histórico de Campos

 

Sarau Cultural

As Multilinguagens no Museu

 espaço para os talentos da terra mostrarem sua arte

 Dia 28 - Abril - 19h

Local: Museu Histórico de Campos

Artistas Homenageados: Antônio Roberto de Góis Cavalcanti-Kapi, Félix Carneiro, Maria Helena Gomes, Yve Carvalho e Lucia Miners.

 participações:

 Anderson Cabral (ator), Bruna Barreto(pintora, desenhista, estudante da UENF), Christina Cruz(Atriz), Marcella Roza(Cantora), Paulo Victor Santana(Ator), Reubes Pess(músico, cantor, compositor), Saulo Oliveira(músico, cantor, compositor).

 

Produção: Artur Gomes

 

Órbita de hal

(p/ kapi)

 

vida que fica

da morte vivida

incerteza de tempo

espaço sem lida

de quando o sol explodir

gauloises, vermute, atafona

corda que sufoca lenta

antes do cadafalso abrir

vírus ou cosmos

sertões e mares

amores antigos

extintos senhores da terra

gritos de fome no ninho

vigor que se sente

esperança da gente

quando descobrir

é tudo que resta

 

campos, 02/12/97

Aluysio Abreu Barbosa

Musicado por Saullo Oliveira

leia mais no blog - www.fulinaimagens.blogspot.com 


quinta-feira, 20 de abril de 2023

Cultura Na Rua

Cultura Na Rua

 

Em ação ontem com Anderson Cabral, no Dia Nacional do Povos Indígenas, intervenções poéticas teatro improviso absurdo, no Terminal da Beira Rio , Museu Histórico de Campos, Mercado Municipal, Iff Campos Campus Centro e Rodoviária Roberto Silveira.

 

era uma vez um mangue

e por onde andará Macunaíma

na sua carne no seu sangue

na medula no seu osso

será que ainda existe algum vestígio

de Macunaíma na veia do seu pescoço?

 

no rabo da sereia

no mangue da Moça Bonita

me diz Zeus por onde fica?

no rabo da arraia

Joilson Bessa então quem me disse

Kapi ducéu já ensaia

Macunaíma está na farra

no Auto do Boi Macutraia

 

Artur Gomes

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https://fulinaimagens.blogspot.com/

 

Geleia Geral toda terça às 20h com Artur Gomes e Paulo André Neto Barbosa  na www.radiocaiana.com.br ao vivo no instagram e no perfil de Artur Fulinaíma no facebook.

 

Cortejo do Auto do Boi Macutraia

Dia 6 de maio – às 10h

 

Fulinaíma MultiProjetos

Contatos: fulinaima@gmail.com

22 – 99815-1268 – whatsapp

https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/


Sarau Cultural - As Multilinguagens no Museu


Sarau Cultural
As Multilinguagens no Museu
espaço para os talentos da terra mostrarem sua arte
Dia 28 - Abril - 19h
Local: Museu Histórico de Campos
Artistas Homenageados: Antônio Roberto de Góis Cavalcanti-Kapi, Félix Carneiro, Maria Helena Gomes, Yvi Carvalho e Lucia Miners.

BAIAFRO

essa África nos meus olhos
e navegar é minha sina
em toda febre todo fogo
que incendeia o continente
nos teus olhos de menina
eu sou um poeta
e nunca fui a China
mas vermelho é o meu sangue
desde que nasci.

Artur Gomes
do livro Suor & Cio - 1985
https://suorecio.blogspot.com/

Geleia Geral - toda terça 20h com Artur Gomes e Paulo André Neto Barbosa na www.radiocaiana.com.br ao vivo no instagram e no perfil de Artur Fulinaíma no facebook.


Dia 6 – Maio – 10h

Cortejo do Auto do Boi Macutraia

Fulinaíma MultiProjetos

contatos: fulinaima@gmail.com
22 99815-1268 - whataspp

 


terça-feira, 18 de abril de 2023

Goytacá Boy

 

Goytacá Boy
musicado e cantado por Naiman
no CD fulinaíma sax blues poesia - 2002


ando por São Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara


juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca caiçara


para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda
lágrima que mãe chorara


para roçar para provar para tocar
na sua pele urucum de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara


Artur Gomes
do Livro Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
leia mais no blog 
www.fulinaimagens.blogspot.com





domingo, 16 de abril de 2023

Dia 19 - intervenções poéticas com Artur Gomes

 

ê fome negra

incessante

febre voraz

gigante

ê terra de tanta cruz

onde se deu primeira missa

índio rima com carniça

no pasto pros urubus!

 

Artur Gomes

www.arturgumes.fulinaima.blogspot.com


 GOYA TACÁ AMOPI


ao criar todo o universo
deus foi com campos perverso
tal como diz a piada
em terras de massapê
de vista a se perder
semeou povinho de nada
dizem ser deus brasileiro
mas eu digo que é fuleiro
o deus que fez isto aqui
pois quando criou o mundo
não hesitou um segundo
em esta terra punir
é praga de goitacá
é praga de mungunzá
é praga de jesuíta
é tanta desgraça junta
que ninguém mais se pergunta
por que terra tão maldita
e pensar que o paraíba
rasgando a serra em ferida
um dia pariu a planície
enfeitou-a de ingazeiros
e de pássaros trigueiros
e por fim nos deu habite-se
e nos deu tanta riqueza
que engalanada nobreza
pra do povo se servir
não mediu regras e esforços
dizimou a indiada
escravizou a negada
sem pena, dó ou remorso
e em seus campos primeiros
semeou mato brejeiro
transformando em aceiro
este jardim de delícias
cultuado em prosa e verso
por poetas ufanistas
“Ó Paraíba, ó mágica torrente
Soberana dos prados e vergéis
Por onde passas como um rei do oriente
Os teus vassalos vêm beijar-te os pés”
eta destino perverso
que pra ti deus reservou
pois onde o verde se espraia
chove fuligem nas saias
do santíssimo salvador
pois dele é mais que preciso
proteger-se do inimigo
que em teus brejais hoje grassa
pois tanto que lhe usurparam
tanto que lhe ultrajaram
tanto lhe vilipendiaram
que caístes em desgraça
apesar do ouro negro
és em si nosso degredo
em ti somos expatriados
de ti somos extirpados
nada do que é seu é nosso
trazemos no peito remorso
já não temos amor próprio
mais andamos cabisbaixos
sem saber pronde seguir
goya tacá amopi
o que fizeram de ti
nesta virada de século
foi um estupro perverso
de colo seio e gentio
que em nada lembra o bravio
e ancestral goitacá
goya tacá amopi
mais que nunca precisamos
as tuas rédeas tomar
e recantar com prazer
os versos de azevedo
na música de perissé
e de você nos orgulhar
“Campos Formosa, intrépida amazona
do viridente plaino goitacás
predileta do luar como Verona
terra feita de luz e madrigais”

Antonio Roberto Góis Cavalcanti - Kapi

foto: César Ferreira 


Dia 19 - Abril - 2023 - Intervenções Poéticas com Artur Gomes nos terminais rodoviários de campos dos Goytacazes-RJ

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sábado, 15 de abril de 2023

meta metáfora no poema meta

 

 meta metáfora no poema meta


como alcançá-la plena
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico plumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste

como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em plumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
no sentido que o poema é prece

Artur Gomes
www.fulinaimagens.blogspot.com.com


SampleAndo 2

o amor não tem limites
quando se permite
as duas faces
o sagrado
e o profano
pode estar por sobre
ou sob os panos

e se não me engano
copacabana é uma praia
cabo frio também é

mas a grande diferença
: copacabana é barra funda
cabo frio ainda dá pé

Artur Gomes

www.fulinaimagens.blogspot.com


Geleia Geral

ó baby
a coisa por aqui não mudou nada
embora sejam outras siglas no emblema
espada continua a ser espada
poema continua a ser poema

Artur Gomes

Couro Cru & Carne Viva - 1987

www.suorecio.blogspot.com


por mais paradoxal
que possa parecer
bailarina
não é um ser normal
como qualquer um outro ser

Federika Lispector


nesta noite quieta
entre lençóis e travesseiros
eu aqui inquieta no meu canto
ouço Bob Dylan
bebendo esse conhac
com tua língua
em minha boca
as noites lá do sul
trago de volta entre os vinhedos
e tua pele entre meus dedos
o poema escrito em guardanapo
até hoje está guardado
na moldura o teu retrato

Federika Lispector


a vida não basta

se me bastasse seria outra
clarice quem sabe
beatriz que fosse
fruta que gosto de comer
antropofagia canibal
pronta para o bacanal
filha que sou deste país
de fevereiro
onde todo ano é carnaval
e a vida do meu pai
se foi em sangue
uma bala no estômago
e uma manchete de jornal

Federika Lispector

 

a tarde arde como gengibre na carne da boca faz tempo não pedalo pelo litoral com a língua alvoroçada na espuma das marés em guaxindiba sempre encontro motivo para os dentes lábios e dedos carne de caranguejo no meio do beijo tem uma mulher de Itaocara passeando por aqui saudades da minha amiga de Recife e da sua filha em Rio das Ostras onde vaza sob meus pés o poema inacabado agora me vens de Salvador todo desejo toda fúria incontrolável como cavalo selvagem que se desprendeu da cela.


 

um dia desses
quero ser Sérgio Sampaio
porque hoje tô de bode
na cabeça um para raio
tô comigo ninguém pode
soltando bichos no porão
tô faísca tô kabrunco
tô um relâmpago lamparão

Federika Lispector

www.personasarturianas.blogspot.com 

Artur Gomes - O Homem Com A Flor Na Boca

  metafórica dialética quantas teorias terei para escrever o que falo?   quantos sapatos ainda apertam os calcanhares do meu calo?...