sábado, 15 de abril de 2023

meta metáfora no poema meta

 

 meta metáfora no poema meta


como alcançá-la plena
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico plumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste

como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em plumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
no sentido que o poema é prece

Artur Gomes
www.fulinaimagens.blogspot.com.com


SampleAndo 2

o amor não tem limites
quando se permite
as duas faces
o sagrado
e o profano
pode estar por sobre
ou sob os panos

e se não me engano
copacabana é uma praia
cabo frio também é

mas a grande diferença
: copacabana é barra funda
cabo frio ainda dá pé

Artur Gomes

www.fulinaimagens.blogspot.com


Geleia Geral

ó baby
a coisa por aqui não mudou nada
embora sejam outras siglas no emblema
espada continua a ser espada
poema continua a ser poema

Artur Gomes

Couro Cru & Carne Viva - 1987

www.suorecio.blogspot.com


por mais paradoxal
que possa parecer
bailarina
não é um ser normal
como qualquer um outro ser

Federika Lispector


nesta noite quieta
entre lençóis e travesseiros
eu aqui inquieta no meu canto
ouço Bob Dylan
bebendo esse conhac
com tua língua
em minha boca
as noites lá do sul
trago de volta entre os vinhedos
e tua pele entre meus dedos
o poema escrito em guardanapo
até hoje está guardado
na moldura o teu retrato

Federika Lispector


a vida não basta

se me bastasse seria outra
clarice quem sabe
beatriz que fosse
fruta que gosto de comer
antropofagia canibal
pronta para o bacanal
filha que sou deste país
de fevereiro
onde todo ano é carnaval
e a vida do meu pai
se foi em sangue
uma bala no estômago
e uma manchete de jornal

Federika Lispector

 

a tarde arde como gengibre na carne da boca faz tempo não pedalo pelo litoral com a língua alvoroçada na espuma das marés em guaxindiba sempre encontro motivo para os dentes lábios e dedos carne de caranguejo no meio do beijo tem uma mulher de Itaocara passeando por aqui saudades da minha amiga de Recife e da sua filha em Rio das Ostras onde vaza sob meus pés o poema inacabado agora me vens de Salvador todo desejo toda fúria incontrolável como cavalo selvagem que se desprendeu da cela.


 

um dia desses
quero ser Sérgio Sampaio
porque hoje tô de bode
na cabeça um para raio
tô comigo ninguém pode
soltando bichos no porão
tô faísca tô kabrunco
tô um relâmpago lamparão

Federika Lispector

www.personasarturianas.blogspot.com 

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