poética
o poema fala do teu corpo
como se o tocasse
o reconhecesse em cada verso
cada palavra que sai da boca
como um canto bíblico
ou um louvor profano
no poema o corpo não tem panos
que lhe escondam a pele
é um peixe que flutua em águas calmas
é um pássaro que atravessa nuvens cinzas
um barco em alto mar de tempestades
o poeta que se transmuta em poesia
no silêncio do
quarto
beijo tua boca ainda suja
do vinho que sobrou
depois da trama
o relógio na parede marca
a hora que entramos
na cama do hotel
só cabem nossos corpos
dentro do poema
Afrodite ainda tonta
sai da da trama e segue pro cinema
Artur Gomes Gumes
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