Jean-Michel Basquiat
*
Orgasmo léxico
kk
E agora José
o pão queimou
o leite derramou
mas o amor vingou!
É o brilho das estrelas,
É a cadência do luar,
que conduzem ao amar...
É no fogo da paixão,
É no reino do tesão,
que o amor floresce,
acontece,
fenece,
enrijesse os sentidos,
desencanta a libido...
E no regalo do carinho,
que criamos nosso ninho,
colorido, florido...
Sou possuída pelos afagos,
me afogo no lago dos magos!
Solto gemidos de dor,
do amor, em fervor,
que reina, abastece,
amadure e acontece...
em corações...
amorosos, saudosos...
bebe meu líquido gasoso
engole meu gozo gostoso
molha meu útero carente
alivia meu desejo indecente
( Luiza Silva Oliveira)
NASCIMENTO DA
PALAVRA
Elas surgem do nada.
Da solidão, da sombra.
Ou do útero da linguagem?
Rubens Jardim
(escrito em fevereiro de 2012)
O Erotismo
é uma das bases do conhecimento de nós mesmos, tão indispensável quanto a
poesia.
Anaïs Nin
Uma pessoa não é iluminada por imaginar figuras de luz, mas por estar
ciente da própria escuridão.
Carl Jung
Estou fazendo este post pra esclarecer dúvidas que ficaram sobre o post
anterior. Embora eu falasse nele sobre a morte, alguns amigos queridos acharam
que eu falava de amor.
O post anterior foi inspirado no seguinte poema
que fala de amor e morte de Federico Baudelaire - eterônimo (penso eu) do Poeta
Artur Gomes:
ainda penso nela
quase piro
quase morro
sem ninguém
pra pedir socorro
nem um freudiano por aqui
pra me socorrer
vão me deixar morrer
nem marisa vieira
mayara ou bruna
muito menos jurema
cabloca de iracema
que amparou o dinamite
tanto faz que eu chore
tanto faz que eu pire
tanto faz que eu grite
posso morrer de ócio
posso morrer de cio
posso morrer de gripe
elas não estão nem aí
pro meu palpite
posso cheirar o bem-me-quer
ou mesmo as flores do mal
posso até dançar de buda
nesse próximo carnaval
Federico Baudelaire
leia mais aqui
https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/
Este poema me
lembrou um outro de Vinícius de Moraes que também fala de amores e morte. A
música ideal pra acompanhá-lo seria "Refém da Solidão" de Baden Powel
e Paulo César Pinheiro, porém eu preferi rimar Vinícius com ele mesmo e e optei
por uma dele com Edu Lobo. O curioso é que ambos são parceiros de Baden e Paulo
César Pinheiro.
Pra concluir, posto aqui a música "Refém da
Solidão" como forma de fazer justiça e pra lembrar aos amigos que, segundo
Fernando Pessoa (o rei dos eterônimos) "o poeta é um fingidor". Eu
não consigo ser poeta, contudo fingidor é mais fácil.
Assim sendo, devo dizer que este espaço digital
é de comunicação de dramas que me comovem. Ou seja, são meus e me emocionam
quase sempre por empatia e não por ontologia.
Os amigos são tão companheiros que nos impelem
filosofar.
Hélio Gomes
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