segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Múltiplas Poéticas

 

                        Jean-Michel Basquiat

*

Orgasmo léxico kk

E agora José
o pão queimou
o leite derramou
mas o amor vingou!

É o brilho das estrelas,
É a cadência do luar,
que conduzem ao amar...

É no fogo da paixão,
É no reino do tesão,
que o amor floresce,
acontece,
fenece,

enrijesse os sentidos,
desencanta a libido...

E no regalo do carinho,
que criamos nosso ninho,
colorido, florido...

Sou possuída pelos afagos,
me afogo no lago dos magos!

Solto gemidos de dor,
do amor, em fervor,

que reina, abastece,
amadure e acontece...
em corações...
amorosos, saudosos...

bebe meu líquido gasoso
engole meu gozo gostoso

molha meu útero carente
alivia meu desejo indecente

( Luiza Silva Oliveira)


   NASCIMENTO DA PALAVRA

Elas surgem do nada.
Da solidão, da sombra.
Ou do útero da linguagem?

 

Rubens Jardim
(escrito em fevereiro de 2012)


O Erotismo é uma das bases do conhecimento de nós mesmos, tão indispensável quanto a poesia.

 Anaïs Nin


 Max Ernst (Brühl, Alemanha, 2 de abril de 1891 - Paris, França, 1 de abril de 1976) foi um artista alemão nacionalizado pela França, considerado uma figura fundamental tanto no movimento dadaísta quanto no surrealismo.


Uma pessoa não é iluminada por imaginar figuras de luz, mas por estar ciente da própria escuridão.

Carl Jung


Estou fazendo este post pra esclarecer dúvidas que ficaram sobre o post anterior. Embora eu falasse nele sobre a morte, alguns amigos queridos acharam que eu falava de amor.
O post anterior foi inspirado no seguinte poema que fala de amor e morte de Federico Baudelaire - eterônimo (penso eu) do Poeta Artur Gomes:

ainda penso nela
quase piro
quase morro
sem ninguém
pra pedir socorro
nem um freudiano por aqui
pra me socorrer
vão me deixar morrer
nem marisa vieira
mayara ou bruna
muito menos jurema
cabloca de iracema
que amparou o dinamite
tanto faz que eu chore
tanto faz que eu pire
tanto faz que eu grite
posso morrer de ócio
posso morrer de cio
posso morrer de gripe
elas não estão nem aí
pro meu palpite
posso cheirar o bem-me-quer
ou mesmo as flores do mal
posso até dançar de buda
nesse próximo carnaval

Federico Baudelaire

leia mais aqui
https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/

Este poema me lembrou um outro de Vinícius de Moraes que também fala de amores e morte. A música ideal pra acompanhá-lo seria "Refém da Solidão" de Baden Powel e Paulo César Pinheiro, porém eu preferi rimar Vinícius com ele mesmo e e optei por uma dele com Edu Lobo. O curioso é que ambos são parceiros de Baden e Paulo César Pinheiro.
Pra concluir, posto aqui a música "Refém da Solidão" como forma de fazer justiça e pra lembrar aos amigos que, segundo Fernando Pessoa (o rei dos eterônimos) "o poeta é um fingidor". Eu não consigo ser poeta, contudo fingidor é mais fácil.
Assim sendo, devo dizer que este espaço digital é de comunicação de dramas que me comovem. Ou seja, são meus e me emocionam quase sempre por empatia e não por ontologia.
Os amigos são tão companheiros que nos impelem filosofar.

 

Hélio Gomes 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Artur Gomes - O Homem Com A Flor Na Boca

  metafórica dialética quantas teorias terei para escrever o que falo?   quantos sapatos ainda apertam os calcanhares do meu calo?...