Balbúrdia PoÉtica 5
A Balbúrdia 1 e 2 foram realizadas na Taberna de Laura - Copacabana – Rio de Janeiro. A Balbúrdia 3 foi realizada no Bistrô do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro – a Balbúrdia 4 será realizada na Patuscada – São Paulo – e a Balbúrdia 5 – onde será?
São João Del Rey-MG, Campos dos Goytacazes-RJ?
Tentem adivinhar.
Artur Gomes
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anti/bíblica
não vou guardar os sábados
em nome de Jesus
e me deixar crucificada numa cruz
que simboliza dor
aos sábados eu pratico a Arte
de fazer Amor
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o
instante em tua coisa já
esta noite
vou roubar tua boca
e falar por entre
teus dentes e língua
me apossar do teu silêncio
da tua alma
do teu corpo
antes do amanhecer
já te terei em mim
em cada músculo
ainda vivo
em cada poro
entre teus pelos
minha língua
os meus dentes
minhas unhas
nada ficará em teu corpo
que não seja eu
em cada coisa que o instante é
eu quero estar em tua coisa já
Federika Lispetor
Com Os Dentes Cravados Na Memória
Mesmo com uma grande dor, provocada por um bico de papagaio que a décadas insiste em cantar na minha coluna, roubando-me as vezes a paciência, passei uma tarde de ontem super divertida no Auditório Miguel Ramalho em cia da equipe de Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design Para Educação - Centro de Referência do IFF Campos Campus Centro.
Motivo do Encontro: um depoimento sobre os mais de 50 anos que Vivi no IFF desde os tempos de aluno no Ginásio Industrial na então ETC (Escola Técnica de Campos), de 1961 a 1964. Passando pelo período de 1968 a 1986 quando já servidor da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), trabalhei como Linotipista na Oficina de Artes Gráficas (Tipografia).
De 1975 a 1985 mesmo subvertendo a ordem natural vigente que direcionava a instituição, criei totalmente à revelia da direção na época, uma Oficina de Teatro, que se manteve subversiva até 1986 (pois era assim que os professores reacionários da época se referiam a atividade.
Nunca fui poeta de bons modos, bons costumes, e como os alunos da Oficina de Teatro, eram também alunos da ETFC, nos "anos de chumbo" onde o Diretor da instituição era escolhido pelo MEC, depois de algum curso na Escola Superior de Guerra, era normal que a minha atividade com Teatro dentro da Escola fosse tratada como Subversão.
Em 1986, acontece as primeiras "Eleições Diretas", nas Escolas Técnicas Federais e nas Universidades Federais, pós Ditadura. Na ETFC se elege Diretor o Professor de Matemática Luciano D´Angelo. Como desde 1980 o trabalho com a Oficina de Teatro havia ultrapassado os muros da cidade e ganhado as ruas de Campos, com o Auto do Boi-Pintadinho, Luciano então, me transfere da Tipografia para o Grupo de Atividades Culturais.
Em 1997 a ETFC já havia se transformado em CEFET, e com a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Teatro, como outras Oficinas de Arte que já existiam então passam a fazer parte da grade curricular para os alunos do Curso Técnico (nível médio). No período de 1997 a 2002 passo então a Coordenador da Oficina de Artes Cênicas, até a minha aposentadoria.
De 2011 a 2012 convidado pelo então Diretor do IFF Campos Campus Centro, Jefferson Manhães, volto a instituição para Dirigir Oficinas de Criação e Produção Cine Vídeo e crio o I Festival de Cinema Curta-IFF, realizado em 2012 no Auditório Cristina Bastos.
As 3 horas de bate papo e gravações foram poucas para narrar os períodos e os fatos em seus mínimos detalhes. Esperava que um dia, acompanhando e vivendo as transformações do IFF como acompanho, que esse depoimento viesse a acontecer, e esses 50 anos vividos ali dentro pretendo transformar no livro Com Os Dentes Cravados Na Memória, onde não só o que vivi dentro do IFF será contado, mas também muito da minha travessuras culturais por este país a fora.
Equipe da Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design para Educação que trabalharam nas gravações: Larissa Vianna, Rodrigo Otal, Carlos Henrique Morelato e Lionel Mota.
Artur Gomes
Com Os Dentes Cravados na Memória
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uma cidade sem memória não é uma cidade
Federico Baudelaire
Campos precisa acordar para voltar a ser
Rúbia Querubim
tocar-te por dentro lentamente calmamente como quem morde a maçã na boca da serpente e uiva mastigando a carne como sobremesa
Artur Kabrunco
o gosto da tua carne não conheço não me deste o endereço
Federika Bezerra
transverso anjo avessso atravesso as artérias da cidade águas do paraíba emporcalhadas de esgotos
Irina Serafina
como poesia devoro para matar a fome quando oro o prazer tem outro nome
Artur Gomes
absinto impossível te sentir mais do que já sinto
Pastor de Andrade
cidade veraCidade nossas angústias penduradas nos varais
Federika Lispector
viva a lira do delírio antropofágica paulistana metendo a língua desbragada nos bordéis de copacabana
Lady Gumes
o delírio é a lira do poeta se o poeta não delira sua lira não concreta
Artur Fulinaíma
desde os tempos de moleque para descascar carne de manga faca facão canivete arma branca de pivete nos quintais da cacomanga
EuGênio Mallarmè
não tenho papas na língua nem pastor me come as coxas eu sou do mar da tempestade beira mar é quem lambe as minhas ostras
Gigi Mocidade
*
In Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
Livro inédito de Artur Gomes – lançamento previsto para 2025
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Dia 4 novembro 9:30h
performance com poesia dos livros Suor & Cio 1985 e O Homem Com A Flor Na Boca 2023 –
Ciep 147 – José do Patrocínio – Campos dos Goytacazes-RJ
Artur Gomes é poeta ator produtor cultural - atua na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima como Coordenador de Cultura e recentemente foi eleito para a Academia Campista de Letras para ocupar a cadeira 12 antes ocupada pelo professor Hélio de Freitas Coêlho
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Poeta Artur Gomes é eleito para cadeira 12 da Academia Campista de Letras
O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho
*
Os membros da Academia Campista de Letras (ACL) elegeram Artur Gomes, poeta, ator e produtor cultural, para ocupar a cadeira n. 12 da instituição, na noite de quinta-feira (3).
O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho, tendo como patrono Heitor de Araújo Silva.
Candidataram-se como postulantes à vaga os escritores Diego Nunes Abreu, Ivan Vilela Júnior, Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro, Thais de Souza Silva, Wedson Felipe Cabral Pacheco e Wesley Barbosa Machado.
As candidaturas, previamente analisadas pela comissão eleitoral (formada pelo presidente Ronaldo Junior, pelo segundo vice-presidente Carlos Augusto Alencar e pela Secretária Titular Sylvia Paes), foram deferidas e assim votadas: Artur Gomes obteve 15 votos, enquanto Pedro Henrique Ribeiro obteve 1 voto. Os demais não receberam votos.
A cerimônia de posse está marcada para ocorrer no sábado, dia 19 de outubro, às 16h, na sede da ACL, localizada no Jardim São Benedito.
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Artur Gomes – Fulinaimagens
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Em 16 de dezembro de 2016 a convite do querido e saudoso amigo Hélio de Freitas Coêlho – então presidente da ACL - Academia Campista de Letras, estreei a performance poética com os dentes cravados na memória com a qual circulei pelo Brasil durante todo ano de 2017
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Artur Gomes - Fulinaimagens
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Adorei saber que Artur Gomes vai ocupar a cadeira n. 12 da Academia Campista de Letras. Que escolha acertada! Artur tem dedicado sua vida à poesia através de livros, vídeos, performances, saraus etc. É, sem sombra de dúvidas, um nome honroso para tão conceituada instituição cultural. Parabéns, admirado poeta e querido amigo Artur Gomes!
Joilson Bessa da Silva
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Artur Gomes – Fulinaimagens
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como bem disse Carlos Augusto e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará sendo não tenho motivos nem razões para que não seja
poesia me vem dos dentes
das unhas da língua da carne
dos nervos das fímbrias
dos músculos matéria métrica
metáfora dos ossos
em tudo por onde tocar
ainda posso
existem almas mansas
leves limpas calmas
e também as espíritos de porca
com a minha
e a de Federico Garcia Lorca
Artur Gomes
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poema das invenções
fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito
Balbúrdia Poética 4
Artur Gomes
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Olga Savary - poeta, poetisa não
No blog Mostra Visual de Poesia Brasileira, estamos prestando uma homenagem a memória e a poesia de Olga Savary, por toda a sua luta em favor da poesia no Brasil. Fomos vizinhos de 1983 a 1987, quando morei no final da Rua Gomes Carneiro e início da Visconde de Pirajá em Ipanema e ela na Sá Ferreira em Copacabana.
Foram incontáveis as madrugadas que varamos saboreando vinhos e conversando sobre tudo que diz respeito a poesia. Inúmeras vezes fomos juntos aos ensaios da Mangueira, sua grande paixão. O Carnaval de 1984 assistimos pela TV em seu apartamento, jogando baralho até o raiar dia.
Gratidão eterna.
Aceita-se contribuições
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Rúbia Querubim
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Em 1984 poemas meus foram publicados na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna.
Carne Proibida
o preço atual
proíbes que me comas
mas pra ti
estou de graça
pra ti
não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti
músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Artur Gomes
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meu santo daime um querubim e leve federico baudelaire de volta pra iriri meus cardápios são familiares a tempos estou em greve de sexo o e endomoniado e satânico não me dá sossego nem com poema de fernando pessoa já apelei até para a bahia de todos os santos jorge amado ogum oxumaré fiz despacho pra iansã na boa viagem flores pra yemanjá e o bendito não sossega apela pra rúbia de nada vale ela também não quer mais o rejeitado lá mergulhando em suas águas
Federika Lispector
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tenho prestado atenção em algumas coisas além da fumaça e do cinza espalhado por sob esse céu de estanho para não dizer de zinco entre um incêndio e outro o pantanal a Amazônia vão se esvaindo em chamas e a vida cada vez mais precária entre os animais humanos onde a ignorância a violência é o saber de muitos e a consciência crítica é o saber de poucos
Artur Gomes
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Artur Gomes – FULINAIMAGENS
ainda não disse que te amo mas não se assuste o beijo está guardado debaixo dos tecidos que cobrem o esqueleto à flor da pele na carne onde a palavra mora e a lavra aplaca qualquer ferida deixada por alguém que já foi embora
muitas coisas muitas vezes tão distantes me parecem tão presentes que o ausente evapora como éter eternamente simplesmente o rio escorrega por entre pedras e seixos e a vida segue o curso da corrente numa boa a pedra que rola sob o leito d´água muitas vezes voa
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remix fulinaímico
suor & cio revisitado
a quem interessa o poema
na sala escura do cinema
o verso atravessado na garganta
nesse país que não levanta?
entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
na noite uma estrela
ainda brigava contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam homens indefesos
e meus versos descarados
em teus lábios – presos
gigi em ouro preto
me deu um beijo na boca
quando ouviu
alguém cantando milton
ali em frente no porão
um país incendiado
e o poeta segue sempre
o seu destino em marginalha
o seu caminho em contra-mão
Artur Gomes
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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mitologia itabapoânica
itabapoana a pedra submersa nas águas de são francisco hoje voa sobrevoa a lama da planície goytacá se desviando os fungos criados por fezes e urina de ratos e morcegos que habitaram páginas de livros antigos fora e dentro dos arquivos federika bezerra me conta que no período em que se hospedou no hotel amazonas recebeu informações de fontes misteriosas sobre o paradeiro dos tais ratos, morcegos e outros roedores que surgira dos esgotos da velha aldeia tupinambara quando seus integrantes passaram pela intrépida cidade
Gigi Mocidade
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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tudo aquilo que não digo
eu diria
tudo aquilo que não digo
não foi ainda pensado
triturado mastigado consumido
digo
:
preste mais atenção
em tudo aquilo que não digo
me dizia paulo leminski
olhando poema de kandinski
tatuado em meu umbigo
EuGênio Mallarmè
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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tratado primeiro
das letras quero tudo da palavra arranco gesto jiddu não me ensinou a mímica das metáforas ficou tudo suspenso cavalo solto no espaço pra quem quiser galopar
*
laranja cósmica
em são francisco de itabapoana não tem laranja cravo poukan ou mexerica como meus intestinos não vivem mais sem bagaço de laranja estou importando laranja do cosmo com minha astronômica luneta descobri fartura de laranjas em marte vênus plutão e o irônico é que em são francisco do itabapoana só tem laranjas nos telhados não tem laranjas no chão
Federico Baudelaire
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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*
couro cru & carne viva
adriano moura no prefácio de o homem com a flor na boca foca na obra do “bardo da cacomanga” sua poética política e memória. volto um pouco lá atrás ao ano de 1987, para dizer que na obra desse “trovador contemporâneo” sua liberdade criativa provoca, afronta regras, desconstrói linguagens. bota a carnavalha na cara da “louca das minas”, que em seu surto delirante invade o palco da teatro francisco nunes em belo horizonte e grita que: “liberdade não é libertinagem”. sereno e imperativo o serAfim com a “flor na boca” contua a desfolhar sua bandeira no outro lado do palco na tela:
“no centro do universo te mando um beijo ó amada enquanto arranco uma espada do meu peito varonil espanto todas estrelas dos beijos do eternamente pra que acorde toda esta gente deste vasto céu de anil pois enquanto dorme o gigante esplêndido sono profundo não vê que do outro mundo robôs que enrabam ó mãe gentil!
Engels La Puente – do black ryver jardiNÓpolis Batatais
8 setembro – 2024
*
geleia geral
poema para ser cantado/falado nos saraus dos bares por esse brazyl que a tantas eras explode pelos ares
“é preciso estar atento e forte
não temos tempo de temer a morte”
Caetano Veloso
Gilberto Gil cantou
:
começou a circular
o expresso 2 2 2
que parte direto de bonsucesso
pra depois
o tempo rei
aponta a flecha
estica a lança
o velho deus mu dança
subo nesse palco
minha alma cheira talco
como bumbum de bebê
o deus justiça
rola o lance
nos dados sempre seis
poesia não cai do céu
é blues rasgado da carne
para o branco do papel
com um grito de alerta
:
sou o punk da periferia
sou da freguesia do ó
ó aqui pra vocês!
Artur Gomes
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
fico nu
o poema muda de cor
tem outros planos
muda a flor
dos meus enganos
pássaro no ar
feito urubu
mitologia fulinaimânica
explicitamente picasso nunca nos disse guernica o que signi-fica o corpo do fonema aliterações alisam a orelha de van gog fartura farta fogo farra festa federico baudelaire tocando fado pras fadinhas de vênus falarem com a fênix do farol de alexandria enquanto freud nem fode nem explica o que aconteceu na sexta feira no luau das laranjeiras depois que federika furtou a farinha do desejo de toda família do império das bananas no largo do machado infeliz das oliveiras
Irina Serafina
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mitologia fulinaimânica 2
cubismo é um objeto estranho
encontrado por uma sereia
nos lençóis do maranhão
em noite d e lua cheia
teria vindo do mar
ou foi criado ali mesmo
naquele chão de areia
onde nenhum rabo de arraia
resistiu a ventania
não pense filme de terror
porque já tem gente por aí
dizendo que este samba é pra você
ó meu amor!
e que eu só escrevo putaria
Pastor de Andrade
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mitologia sagarânica
salvador alisa os bigodes de dali macabea ensandecida morre ali mesmo em sucupira no presídio federal de brazilírica porcina mete a língua na faca de lorca as unhas sujas de irina corta morangos mofados na fruteira odorico ordena zeca diabo a organizar o enterro das camélias diadorim sopra o cano da garrucha pendurada em seu olho esquerdo sagarânica em polvorosa comemora mais uma noite de são joão
EuGênio Mallarmè
In Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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mitologia sagarínica
macabea a rainha das artes cínicas insatisfeita com o rumo dos canaviais aliciara presidiários a saltarem os muros do presídio federal de brazilírica federico o carcereiro desconfiou da facada que levaria pelas costas mas o matuto astuto como era invocou nossa senhora das cabeças tortas e rezou uma ladainha com os caramurus dos serAfins convocando eros e vênus para o banquete pornolírico com as descendentes de olivácio e gigi remexendo seus colírios que trouxera atrás dos braços deposita sua iansã por sobre a mesa e despacha macabea pro espaço
Federika Bezerra
mitologia brazilianas
breton mastigava poemas de baudelaire no jantar da quinta da boa vista dois anos depois da independência d pedro não conseguiu engolir abapuru no quartel da realeza leopoldina perambulava distraída e preocupada com as cartas de bonifácio recebeu notícias que em pernambuco havia chegado um ser estranho pintado em cores assombrosas perturbava a calmaria daquele estado de incertezas para os caminhos da imperatriz uma sombra pairava sobre as chaves do seu guarda-roupa sem saber ao menos com que roupa iria desfilar no dia de são cristóvão na confeitaria colombo a sua afrodite de vênus
Federika Lispector
mitologia serafínica
irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a cama para a chegada de wermer a alta temperatura do verão de sorocaba alterou a visão pictórica do pintor da menina dos brincos de pérola que no jardim enfiava o pincel por entre a espessa barba esperando a primavera lady gumes apressada como sempre se aproveitou da cama e vive uma calorosa noite de amor sem mesmo querer saber quem era a serafina debaixo dos lençóis maranhenses
Pastor de Andrade
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filha do conde – a outra
saiu do Irajá pra Madureira
madrugada de sexta-feira
mergulhou na baia do estrangeiro
pensou ser Garota de Ipanena
gritou na porta do cinema
:
“eu sou a outra que Vinícius de Moraes
cantou com Baden Powell
no samba para Ossanha
eu sou estranha
pense o que quiser
não sou Nanã
sou filha de Iansã
um fogo de mulher”.
Artur
Gomes
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